A Conexão entre Brain Rot e a Economia da Atenção
A era da atenção chegou e as marcas precisam se adaptar a ela de maneira inteligente para serem lembradas pelos consumidores.
6/10/20253 min read


O relatório "Hacking the Attention Economy", desenvolvido pela VCCP Media em parceria com a Drª Karen Nelson-Field, apresenta descobertas fundamentais que dialogam diretamente com o fenômeno do brain rot. Enquanto o brain rot representa a deterioração cognitiva causada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais, o estudo da VCCP Media revela estratégias para que marcas possam se destacar nesse ambiente de atenção fragmentada.
O Dado Revolucionário: 1,5 Segundos de Atenção Ativa
A descoberta central do relatório é que apenas 1,5 segundos de atenção ativa são suficientes para codificar memória e gerar resultados mensuráveis para marcas - desde que elementos distintivos da marca sejam utilizados de forma eficaz. Este achado é particularmente relevante quando consideramos que:
•85% dos anúncios digitais recebem menos de 2,5 segundos de atenção
•O brain rot reduz progressivamente a capacidade de concentração dos usuários
•A competição por atenção é cada vez mais acirrada nas plataformas digitais
Como explica a Drª Nelson-Field: "Não se trata de fazer mais, mas de fazer melhor". Esta afirmação sintetiza o desafio das marcas na era do brain rot: não é possível reverter a tendência de fragmentação da atenção, mas é possível adaptar estratégias para maximizar o impacto mesmo em condições de atenção mínima.
Estratégias para Marcas na Era do Brain Rot
Combinando os insights do relatório "Hacking the Attention Economy" com o entendimento do fenômeno brain rot, podemos identificar estratégias essenciais para marcas que desejam se destacar neste novo cenário:
1. Priorizar Ativos Distintivos de Marca
O estudo demonstrou que anúncios de marcas com branding consistente são 2,5 vezes mais eficazes mesmo em ambientes de baixa atenção. Em um contexto de brain rot, onde a capacidade de processamento está comprometida, elementos visuais e sonoros distintivos funcionam como atalhos cognitivos, facilitando o reconhecimento e a memorização.
2. Equilibrar Significado e Memória
O relatório destaca a importância de balancear storytelling criativo com forte fluência de ativos de marca. No contexto do brain rot, isso significa criar conteúdos que:
•Sejam imediatamente reconhecíveis como pertencentes à marca
•Transmitam mensagens claras e diretas
•Evitem sobrecarregar cognitivamente o espectador
•Utilizem gatilhos emocionais para facilitar a memorização
3. Integrar Criação e Mídia desde o Início
Um dos principais insights do relatório é que criação e mídia são "dois lados da mesma moeda". Em um ambiente de brain rot, onde a atenção é escassa e fragmentada, a integração entre formato, mensagem e canal torna-se ainda mais crítica.
4. Medir Atenção Ativa, Não Apenas Visibilidade
O relatório enfatiza a diferença entre tempo de visualização (viewability) e atenção ativa. No contexto do brain rot, essa distinção é fundamental: não basta que o conteúdo esteja visível; ele precisa capturar ativamente a atenção em um ambiente de estímulos constantes.
5. Comprovar o Valor Comercial dos Ativos de Marca
O estudo revelou que um código de marca bem implementado pode gerar um retorno 3,5 vezes maior em ROI ajustado por atenção. Em um cenário de brain rot, onde o processamento cognitivo está comprometido, o valor dos ativos distintivos torna-se ainda mais significativo.
O Futuro da Comunicação em um Mundo de Cérebros Saturados
O fenômeno do brain rot e os insights do relatório "Hacking the Attention Economy" apontam para uma transformação fundamental na forma como as marcas precisam se comunicar. Não se trata apenas de adaptar formatos ou mensagens, mas de repensar completamente a abordagem de marketing para um mundo onde:
•A atenção é o recurso mais escasso e valioso
•A capacidade cognitiva dos consumidores está cada vez mais comprometida
•A competição por espaço mental é feroz e constante
•A eficiência dos ativos de marca torna-se um diferencial competitivo crítico
As marcas que compreenderem essa nova realidade e implementarem estratégias alinhadas aos princípios de "hacking" da economia da atenção terão vantagem significativa em um cenário onde cada segundo - ou fração de segundo - conta.
O brain rot representa, simultaneamente, uma ameaça e uma oportunidade para as marcas. A ameaça está na deterioração progressiva da capacidade de atenção e processamento dos consumidores; a oportunidade reside na possibilidade de se destacar através de estratégias inteligentes que maximizem o impacto mesmo em condições de atenção mínima.
Como demonstra o relatório da VCCP Media e Drª Karen Nelson-Field, é possível "hackear" a economia da atenção através da utilização estratégica de ativos distintivos de marca, integração entre criação e mídia, e foco na atenção ativa. Para as marcas dispostas a adaptar suas estratégias a esta nova realidade, o brain rot não precisa ser um obstáculo intransponível, mas sim um contexto que demanda maior sofisticação e inteligência na comunicação.
Referências:
1.Relatório "Hacking the Attention Economy" - VCCP Media e Drª Karen Nelson-Field (2025)
2."O que é Brain Rot? Como o consumo digital afeta seu cérebro" - FM2S (2025)
3."Brain rot: o que é e como ele afeta o público e as marcas?" - Agência PlanoB (2025)
4.Dicionário Oxford - Palavra do Ano 2024: "Brain Rot"